Kleyzer Seixas, do A Tarde On Line
Criado há
mais de 70 anos e comercializado a partir de 1970 nos Estados Unidos, o PET
passou a ser reciclado a partir dos anos 80. Vinte anos após o inicio da coleta
do produto, a sua reutilização é vista como importante para a preservação
do meio ambiente.
Apesar do crescimento da reciclagem, a destinação inapropriada ainda é um
problema a ser resolvido.
Não é
difícil encontrar garrafas boiando em rios e mares ou jogadas nas ruas ou
praias de todo o País. Em Salvador, a situação não é diferente. Estima-se que
apenas 2% do lixo reciclável (papel, metal, plástico e PET) seja reutilizado,
de acordo com informações do geógrafo com especialização em gerenciamento
ambiental, Raimundo Nascimento, que trabalha no segmento de cooperativas
ligadas ao PET.
Diferente
do que defende alguns representantes ligados às associações do setor no país, o
especialista acredita que o material coletado na capital baiana ainda é muito
pouco se comparado ao total da produção. “A porcentagem de 2% é
insignificante com relação ao que se produz. O restante, muito
provavelmente, vai parar nos aterros, ruas e rios”, ressalta.
Quem
partilha da mesma opinião é a coordenadora do
Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Abrelpe, Silvia Martarelo
Astolpo. “O catador ainda pega o menor volume do PET, porque o maior vai parar
nos mananciais, nas praias e em tantos outros locais”, enfatiza. E alerta: “A
única coisa que pode ser feira é alterar o padrão de consumo, que deve ser mais
consciente”.
O
descarte de forma aleatória causa impactos desastrosos ao meio ambiente. Só
para se decompor, o plástico demora, em média, 400 anos. De acordo com o
geógrafo Raimundo Nascimento, tanto a vida marinha quanto a terrestre são
prejudicadas pelo produto. Ele explica que o lançamento do PET no solo, por
exemplo, impede o crescimento de plantações.
“O
plástico é derivado do petróleo, que é matéria orgânica, mas apesar da sua
origem, ele não é orgânico e faz mal ao meio ambiente quando descartado de
forma inadequada, porque não se incorpora a ele”, diz Nascimento, que se
preocupa ainda com o impacto visual causado pelo problema: “O plástico, dentre
todo o lixo jogado em locais inapropriados, é o que causa mais impacto visual”.
Ações são restritas - As iniciativas que existem para tentar conter o problema são poucas e se resumem à ação dos próprios moradores da cidade, diz Nascimento, ao criticar a indiferença do poder púbico com relação ao problema. “Os órgãos trabalham pouco, existem iniciativas na cidade toda por conta própria, de pessoas preocupadas com as causas do meio ambiente e associações”, pontua.
Ações são restritas - As iniciativas que existem para tentar conter o problema são poucas e se resumem à ação dos próprios moradores da cidade, diz Nascimento, ao criticar a indiferença do poder púbico com relação ao problema. “Os órgãos trabalham pouco, existem iniciativas na cidade toda por conta própria, de pessoas preocupadas com as causas do meio ambiente e associações”, pontua.
Dentre as
iniciativas, o geógrafo destaca o trabalho feito pelos funcionários da Camapet
em Alagados. Como não havia coleta regular no bairro, a cooperativa passou a
fazer oficinias no local, com o intuito de conscientizar a população a
direcionar as garrafas PET para locais adequados. O trabalho, segundo ele,
rendeu bons resultados. Hoje, ainda há descarte inadequado na região, mas
a sujeira diminuiu bastante, se comparada há cinco anos.
Trabalho
similar foi feito pela ONG Paciência Viva no Rio Vermelho. Desde 2001, os
funcionários da organização trabalham no local para revitalizar a Praia da
Paciência. O objetivo, segundo o diretor da
entidade, Cláudio Deiró, é evitar que os resíduos sejam jogados no local, por
meio da conscientização dos frequentadores. Eles também trabalham coletando o
lixo acumulado na praia a nas imediações e ministrando palestras em escolas e
faculdades.
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